A Google Insights publicou um estudo recente que apresenta 5 pontos chave a reter no que toca ao processo de compra que tem início no Smartphone. No estudo participaram 950 pessoas, que responderam a um inquérito baseado no seu processo de compra, tendo origem num smartphone. Foram também recolhidos vários dados da utilização de dispositivos móveis.
Pontos retidos:
Consumidores passam mais tempo a pesquisar em dispositivos móveis
Os consumidores passam em média mais de 15 horas por semana a pesquisar nos seus smartphones e em média visitam o mesmo site 6 vezes.
A pesquisa tem início num campo de pesquisa Cada vez mais utilizadores começam por procurar os produtos ou serviços que pretendem adquirir a partir dos motores de busca, contra as outras pesquisas que têm começo num site ou aplicação de uma marca.
O fator proximidade é importante para o consumidor móvel Quase 70% dos consumidores esperam que as lojas estejam a menos de 8 quilómetros de distância da sua atual localização.
Compra imediata é determinante Muito justificado pela vontade que o produto desperta na pessoa (consumismo), mais de metade dos inquiridos querem fazer a compra na hora seguinte à qual foi feita ou iniciada a pesquisa.
O mobile influencia a forma de comprar 93% das pessoas que fizeram pesquisa utilizando dispositivos móveis acabaram por concluir a compra do produto ou serviço. Maior parte das compras acontece mesmo nas lojas físicas.
Com mais este estudo compreendemos a importância do mobile para as empresas e do que este pode representar a nível de potenciais ganhos para um negócio que venda produtos ou serviços. A facilidade com que hoje qualquer pessoa tem um smartphone obriga a que haja uma estratégia sólida a este nível, de forma a evitar a perda de grandes oportunidades associadas à utilização destes dispositivos.
Hoje vou voltar a mencionar a importância do tema “Mobile”. Já o fiz anteriormente em dois artigos (Tendências Mobile para 2012 e Tendências para 2013) e volto a fazê-lo porque de fato estamos hoje a presenciar uma adesão massiva e agressiva, justificado pelos novos hábitos dos consumidores, pelo fácil acesso (menor custo) e pela panóplia de possibilidades que hoje um Smartphone oferece, criando em paralelo o sentimento de necessidade por parte do consumidor.
E de que crescimento falamos? Bom, falamos disto: “entre abril e junho foram vendidos em todo o mundo mais de 237,9 milhões de smartphones, um crescimento de 52,3% face a igual período de 2012 e o mais elevado dos últimos cinco trimestres.” (in tek.sapo.pt)
Por isto e porque a tendência de crescimento é para manter durante os próximos meses e provavelmente anos, as organizações têm de realmente agir rapidamente preocupando-se com uma resposta eficaz aos novos paradigmas e exigências, obrigando assim as empresas e instituições a definirem uma estratégia mobile.
E o que é isto de estratégia mobile? E de que paradigmas estamos a falar?
A estratégia mobile, ou móvel, de uma forma muito simples passa por definir normas, e criar mecanismos que permitam que um determinado utilizador de smartphone comunique com a organização por essa via, seja ele um funcionário da empresa, seja externo à organização (cliente ou parceiro).
Devemos definir políticas de utilização e de segurança para os nossos trabalhadores (BYOD – Bring Your Own Device), visto que há cada vez mais utilizadores e trabalhadores com Smartphones, podemos dotá-los de mecanismos para realizarem o seu trabalho a partir de qualquer lado. Este paradigma acaba por se focalizar mais na forma como os trabalhadores interagem internamente com a empresa e com os recursos que tem à sua disposição.
Por outro lado, temos um paradigma que é mais abrangente e que deve ser estrategicamente bem definido e delineado, orientado na forma como o negócio funciona e é visível para o exterior, no fundo a forma como permitimos e queremos que os clientes e parceiros comuniquem e interajam com a nossa organização.
Ok ok, chega de conversa… por onde começar?
Bom, podemos começar pelo básico: o site da empresa! É surpreendente a quantidade de sites que são atualmente concebidos e não têm qualquer versão mobile disponibilizada, nem sequer são pensados para se ajustar à resolução dos diferentes equipamentos.
Mas eu já tenho site compatível com tablet’s, smartphones e…
Já é um bom começo mas é curioso ver a quantidade de sites que não oferece mais nada do que uma simples consulta de texto institucional, sem a possibilidade de compra, sem a possibilidade de pedir um contato ou ajuda, sem qualquer tipo de funcionalidade que me faça querer e precisar de visitar o site.
O meu site permite fazer compras online, ajustado para tablet, com uma pinta de invejar.
Isso é excelente e diria que hoje, é essencial mas… será que o processo de compra está facilitado? Já pensou no utilizador de Smartphone e tablet’s? Está disposto a dar tantos cliques/toques no ecrã e a escrever tanto nos teclados virtuais como quando está em frente ao PC? Certamente que não! Um utilizador mobile está habituado a dar um toque para acender o ecrã, a dar outro toque para iniciar um jogo, a dar um toque para ver uma notificação e a dar 2 toques para enviar um smiley para um amigo do outro lado do mundo.
O utilizador mobile é tipicamente um utilizador que quer sentir a experiência de utilização, sem sentir que está utilizar o aparelho. Faz sentido?
Ficariam surpreendidos, tal como eu fiquei, em saber o número de pessoas que abandonam um carrinho de compras durante um processo de checkout de uma loja virtual utilizando um tablet ou smartphone. Isto significa dinheiro, muito dinheiro!
Não é disto que gostamos? Um clique, e… está feito. É assim que gostamos das coisas: simples e práticas! E por ser disto que gostamos é por isto que o mobile trás novas exigências, novas formas de pensar e repensar o negócio.
A adoção massiva e muito rápida dos smartphones é uma realidade bem perceptível, dado o seu potencial impacto nas organizações, devemos pensar muito bem sobre a estratégia mobile que queremos, que pode passar por redefinir toda a estrutura empresarial ou partes que alteram processos da organização.
Ficaram entusiasmados? Então invistam 1h10m num video que incide essencialmente no Design/User Experience, mas que acaba por fazer um apanhado de muitas questões, números e conceitos que nos podem ajudar a desenhar uma estratégia mobile.
De acordo com a comunicação da Gartner, ficam as 10 tendências tecnológicas para 2013:
Os telemóveis irão ultrapassar os PCs como o dispositivo mais usado a nível mundial para aceder à Web;
Seis arquiteturas para desenvolvimento de aplicações móveis manter-se-ão populares – nativas, especiais, híbridas, Message, No Client e HTML 5 – embora seja de prever uma transição de arquiteturas nativas para arquiteturas Web, à medida que o HTML5 ganhar novas capacidades;
As soluções de clouds pessoais substituirão gradualmente os computadores como a localização preferencial para guardar conteúdos pessoais, aceder a serviços e centralizar as suas “vidas digitais”;
Algumas lojas de apps irão limitar as suas ofertas a dispositivos específicos e a tipos de aplicações, forçando as empresas que criam apps a negociar com várias lojas, a desenvolver vários processos de pagamento e várias condições de licenciamento.
A Internet das Coisas: será um conceito cada vez mais usado, traduzindo-se na capacidade de ligar vários dispositivos de consumo à Internet, seja sensores embebidos, tecnologias de reconhecimento de imagem ou pagamentos com ligações NFC;
Os sistemas de Cloud Services Brokerage (CSB) desempenharão cada vez mais um papel fundamental nas empresas de TI, como forma de otimizar os recursos disponíveis;
A tecnologia Big Data irá passar da centralização nos projetos individuais para um factor de influência na arquitetura de informação estratégica das empresas;
Os profissionais terão cada vez mais acesso a ferramentas de análise de desempenho no momento, que tornarão as decisões ainda mais flexíveis em cada etapa e processo de um negócio.
Os sistemas de gestão de bases de dados apoiados em soluções de computação in-memory (IMC) tornar-se-ão cada vez mais comuns, abrindo as portas a verdadeiras transformações na velocidade de execução de processos complexos;
Por fim, a utilização de ecossistemas TI integrados irá ganhar massa crítica face aos sistemas e abordagens heterogéneos de hardware, software e serviços.